Em novembro, Justiça mineira determinou que menina, de 9 anos, seja devolvida à avó biológica paterna. Pais adotivos recorreram da decisão e caso será novamente analisado nesta quinta (25).
Atualizado 24/02/2021 às 19:16
Família luta pela guarda de criança de 9 anos, adotada há seis, em BH. — Foto: Arquivo pessoal |
"A gente está com o coração na mão. À medida que as horas passam, parece que a gente apanhou, porque é muito dolorido".
O desabafo é de uma mãe de Belo Horizonte, às vésperas do julgamento que vai decidir o destino de sua filha, uma criança de 9 anos, adotada há cerca de 6. O recurso para que a menina não seja entregue à avó biológica paterna deve ser analisado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na tarde desta quinta-feira (25), a partir das 13h.
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O julgamento estava marcado para o último dia 11, mas foi adiado a pedido da família adotiva, que tentava poder acompanhar a sessão, que será realizada por videoconferência. De acordo com a mãe, apenas os advogados poderão assistir à audiência, mas os defensores não poderão se manifestar.
"Está completamento oculto o que vai acontecer. Isso aumenta nossa ansiedade e nossa dor", disse ela.
O caso corre sob segredo de Justiça. A reportagem optou por não citar nomes para preservar a identidade da criança.
A história dessa família gerou comoção nacional, com repercussão em vários veículos de imprensa. Uma petição on-line para que a menina fosse mantida com os pais adotivos reuniu mais de 340 mil assinaturas até esta quarta-feira (24).
De acordo com a mãe adotiva, o abaixo-assinado será entregue ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "Apesar das negativas do Judiciário, a população brasileira se posicionando nos alegra imensamente", afirmou.
Em 20 de novembro, o TJMG decidiu em segunda instância que a garota seja entregue à avó paterna. A família adotiva, então, entrou com recurso, que deve ser analisado nesta quinta.
Enquanto o julgamento não é realizado, a criança continua morando com o casal que a adotou.
De um lado, a família adotiva, representada pela advogada Larissa Jardim, disse que, na época dos trâmites para adoção, várias denúncias foram feitas contra a família biológica e esses seriam os motivos para que a criança fosse para o acolhimento.
De outro lado, está a avó paterna da criança, que propôs a ação de guarda em 2015. Em reportagem publicada no ano passado, ela contou que, mesmo no período em que a menina morava em um abrigo, nunca deixou de visitá-la.
O G1 entrou em contato com a defesa da avó da criança nesta quarta-feira, mas o advogado preferiu não se manifestar.
Via@G1