Após a captura, os próprios donos da casa levaram o animal para a Polícia Ambiental. Fato ocorreu na noite desta quarta-feira (11) em Presidente Prudente.
Atualizado 12/11/2020 às 11:02
Tamanduá-mirim entrou em casa no Jardim Jequitibás, foi resgatado pelos moradores e levado para a Polícia Ambiental — Foto: Cleonice Pereira de Alencar/ Cedida |
Um tamanduá-mirim foi encontrado em uma casa, na noite desta quarta-feira (11), no Jardim Jequitibás, em Presidente Prudente (SP). O animal foi resgatado pelos próprios donos da residência e foi levado até a Polícia Militar Ambiental.
"Quem achou o tamanduá foi a minha neta, que nos chamou de imediato. A princípio, ela achou que seria um sagui, mas depois nos disse que era um gambá. Quando chegamos onde ele [animal] estava, vimos que era um tamanduá", conta Cleonice Pereira de Alencar, dona da casa.
Ainda conforme a moradora, "o susto foi bem grande, porque é um animal difícil de se encontrar". "Quando vimos ele, logo ligamos para os Bombeiros e eles nos informaram que poderíamos fazer o resgate do animal, pois ele não morde e não é agressivo. Com isso, nós resgatamos ele com todo o cuidado, colocamos no carro e levamos até as autoridades", lembra.
De acordo com a 3ª Companhia da Polícia Militar Ambiental, que atende 53 cidades do Oeste Paulista, não é comum este tipo de animal ser encontrado na área urbana e ele será solto em seu habitat, no Parque Estadual Rio do Peixe.
O biólogo Milton Yamamoto explica que esse tipo de animal aparece no meio urbano pelo rápido crescimento das cidades e o avanço sobre as florestas e áreas de preservação.
"Esses animais não aparecem para arrumar uma confusão, normalmente eles aparecem para procurar alimento e às vezes acontece isso, de um ou outro ficar preso dentro de uma residência. No entanto, isso é porque o ser humano está invadindo o espaço deles", ressalta.
Com até 105 centímetros de comprimento, o tamanduá-mirim é popular pela sua pelagem, que faz parecer com colete preto. A espécie é solitária e se alimenta principalmente de formiga e ainda de cupins.
Tamanduá-mirim entrou em casa no Jardim Jequitibás, foi resgatado pelos moradores e levado para a Polícia Ambiental — Foto: Cleonice Pereira de Alencar/ Cedida |
Saiba mais
O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), ao contrário de outras espécies, ainda é um mamífero preservado na fauna brasileira. Mas, pesa contra a sua manutenção uma atividade cada vez mais frequente em seu habitat: a redução das florestas em função das queimadas, o que geralmente elimina a sua principal fonte de alimento: formigas, cupins e larvas.
Aliás, para se alimentar, normalmente ele utiliza uma técnica bastante simples: vale-se de suas fortes garras (quatro ao todo) para fazer buracos no cupinzeiro e, com a língua pegajosa, captura os insetos, guiado, sobretudo, por um olfato apuradíssimo, que compensa as fracas visão e audição.
Este animal é também frequentemente ameaçado por outras ações do homem, direta ou indiretamente, como os atropelamentos em rodovias próximas ao seu ambiente natural e ao frequente ataque de cães domésticos.
O grande problema é que, em função de seus baixos níveis metabólicos, o tamanduá-mirim tem longos períodos de gestação e um número reduzido de crias, daí a preocupação constante com o seu bem-estar.
Em função de seus hábitos noturnos, dificilmente é visto de dia. São indivíduos essencialmente solitários, que só encontram um par na época do acasalamento. Tanto que de 350 a 400 hectares pode-se encontrar dois animais da mesma espécie.
Como característica física principal, ele possui cabeça, pernas e parte anterior do dorso com uma coloração típica, amarelada. Já o restante do corpo é negro, formando uma espécie de "colete". O tamanduá-mirim peso até cinco quilos e vive, aproximadamente, nove anos.
O tamanduá-mirim é a espécie mais comum entre os tamanduás do Brasil. — Foto: Arquivo TG |