Da Redação
Atualizado 22/08/2020 às 10:56

Imagem: Reprodução
Depois de a hidroxicloroquina ser brevemente deixada de escanteio pela mídia, o medicamento antimalárico voltou a virar assunto. Segundo o site do jornal South China Morning Post, a China acaba de não recomendar o uso do remédio no tratamento de pacientes internados com a COVID-19, mas é a favor do uso da parente cloroquina, também usada para tratar a malária.
"Alguns medicamentos podem demonstrar um certo grau de eficácia para o tratamento em estudos de observação clínica, mas não há efetividade antiviral confirmada por ensaios clínicos controlados combinados com placebo", diz a organização. O mesmo documento também reforça a recomendação, no entanto, da cloroquina, e de outros medicamentos antivirais, como o interferon e umifenovir. Além disso, é recomendado ainda o uso da ribavirina junto ao lopinavir e o ritonavir.
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Já o antiviral remdesivir, aprovado pelos Estados Unidos, Europa e Hong Kong, não constam da lista. Pesquisadores chineses conduziram ensaios duplos-cegos controlados da droga, mas não encontraram nenhum benefício contra o coronavírus. Mas nos Estados Unidos, um estudo liderado pelo governo do país revelou que o remdesivir pode encurtar o tempo de recuperação de pacientes com a doença.
Em junho, a OMS (Organização Mundial de Saúde) descontinuou os tratamentos com a hidroxicloroquina contra COVID, pela falta de comprovação da sua eficiência contra o vírus, tal como lopinavir e ritonavir.
COVID-19: antiviral remdesivir é aprovado para testes no Brasil e na Europa .
Contraditório?
Para David Hui Shu-cheong, professor de medicina respiratória da Chinese University, a decisão do governo chinês não faz sentido. "Os dois medicamentos são o mesmo. Três organizações já haviam desistido do uso da hidroxicloroquina. Eles incluíram que a OMS, o National Institutes of Health (dos Estados Unidos) e o Recovery Trial (do Reino Unido) mostraram que não há benefícios", reforça o especialista.
Shu-cheong disse também estar surpreso pelo remdesivir não estar no documento, pois o medicamento esteve no topo das listas de tratamento antiviral na maioria dos países e cidades. A cloroquina e hidroxicloroquina foram fortemente recomendadas por líderes governamentais, como Jair Bolsonaro e Donald Trump, respectivamente, mesmo sem a comprovação da sua eficácia.
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