O presidente da China, Xi Jinping, pediu às tropas do país que "coloquem todas as mentes e energia na preparação para a guerra". A declaração foi feita durante visita a uma base militar na Província de Guangdong na terça-feira (13), de acordo com agência de notícias estatal Xinhua.
Atualizado 15/10/2020 às 15:59
O presidente da China, Xi Jinping Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters |
Durante uma inspeção do Corpo de Fuzileiros Navais do Exército de Libertação Popular na cidade de Chaozhou, Xi disse aos soldados para "manterem um estado de alerta máximo" e serem "absolutamente leais, absolutamente puros e absolutamente confiáveis".
O principal objetivo da visita de Xi a Guangdong foi o de fazer um discurso na quarta-feira (14) em comemoração ao 40º aniversário da Zona Econômica Especial de Shenzhen, criada em 1980 para atrair capital estrangeiro. Ela desempenhou um papel fundamental em auxiliar a China a se tornar a segunda maior economia mundo.
Tensão entre China e EUA
A visita militar, porém, acontece no momento em que as tensões entre China e Estados Unidos permanecem no ponto mais alto em décadas, com divergências sobre Taiwan e a pandemia do novo coronavírus.
A Casa Branca notificou o Congresso norte-americano na segunda-feira (12) que planejava prosseguir com a venda de três sistemas de armas avançados para Taiwan, de acordo com um assessor do Congresso, incluindo o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars).
Em uma resposta do governo chinês, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, pediu ao governo dos EUA que "cancelasse imediatamente qualquer plano de venda de armas para Taiwan" e cortasse todos os laços militares com a região.
A polêmica envolvendo Taiwan
Embora Taiwan nunca tenha sido controlada pelo Partido Comunista da China, as autoridades em Pequim insistem que a ilha é parte do território chinês. O próprio Xi não descarta o uso da força militar para capturá-la, se necessário.
Apesar da desaprovação do governo chinês, as relações entre Washington e Taipei se estreitaram sob o governo do presidente Donald Trump. Em agosto, o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex Azar, tornou-se a mais alta autoridade do país a visitar Taiwan em décadas, quando viajou à ilha aparentemente para discutir a questão da pandemia.
Em resposta, Pequim aumentou os exercícios militares em torno de Taiwan. Quase 40 aviões de guerra chineses cruzaram a linha divisória com a região em 18 e 19 de setembro. A presidente da ilha, Tsai Ing-wen, qualificou a investida como uma "ameaça de força".
'Influência maligna'
Em um discurso em meados de setembro, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse que a China "não pode se igualar aos EUA” em termos de poder naval, e chamou Pequim de "influência maligna".
"[China e Rússia] estão usando economia predatória, subversão política e força militar na tentativa de mudar o equilíbrio de poder a seu favor, e muitas vezes às custas de outros", afirmou Esper no discurso.
No início de outubro, ele anunciou o plano "Battle Force 2045", que prevê expansão e modernização da Marinha dos EUA, com 500 embarcações tripuladas e não tripuladas em 2045.
Fonte:CNN Br